Lilian Mitsunaga no Heromix: A Arte Silenciosa que Dá Vida aos Quadrinhos

O dia 26 de agosto de 2018 foi um marco para todos os fãs de quadrinhos e cultura pop que estavam presentes no evento Heromix, especialmente para mim. Como fã, foi uma oportunidade única de conhecer uma das figuras mais importantes e respeitadas do cenário das histórias em quadrinhos brasileiras: Lilian Mitsunaga. Para aqueles que, como eu, crescem imersos no mundo das HQs, Lilian não é apenas uma letrista, mas uma verdadeira artista que contribuiu de forma imensurável para a forma como lemos e apreciamos os quadrinhos.

Lilian Mitsunaga no Heromix: A Arte Silenciosa que Dá Vida aos Quadrinhos

O dia 26 de agosto de 2018 foi um marco para todos os fãs de quadrinhos e cultura pop que estavam presentes no evento Heromix, especialmente para mim. Como fã, foi uma oportunidade única de conhecer uma das figuras mais importantes e respeitadas do cenário das histórias em quadrinhos brasileiras: Lilian Mitsunaga. Para aqueles que, como eu, crescem imersos no mundo das HQs, Lilian não é apenas uma letrista, mas uma verdadeira artista que contribuiu de forma imensurável para a forma como lemos e apreciamos os quadrinhos.

Lilian Toshimi Mitsunaga Farias é um nome que, para muitos, pode passar despercebido. Mas para os amantes das histórias em quadrinhos, sua contribuição é essencial. Com uma carreira iniciada em 1980, ela se tornou uma referência no letreiramento de quadrinhos no Brasil. Sua formação em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP a ajudou a entender a importância do espaço e da tipografia, elementos que são fundamentais no universo dos quadrinhos. Ao trabalhar na Editora Abril, foi responsável pelo letreiramento das edições brasileiras dos quadrinhos Disney e dos super-heróis, ajudando a dar vida ao texto de uma maneira que era completamente única. 

Naquele evento do Heromix, estava diante de uma pessoa que, ao longo das décadas, ajudou a moldar a forma como a arte de contar histórias com quadrinhos é vista no Brasil. Durante sua palestra, Lilian falou sobre sua trajetória, começando na Abril e como o trabalho de letrista, embora muitas vezes invisível para o grande público, era um componente crucial para a compreensão das histórias. Ela mencionou, inclusive, o nome fictício que usou, "Miriam Tomi", para evitar problemas com a editora, um detalhe que muitos de nós, fãs de longa data, já sabíamos, mas que demonstrava sua preocupação e respeito pela indústria e pelos profissionais envolvidos.

O mais impressionante era o carinho com que ela tratava o público e a forma como compartilhava detalhes sobre o processo criativo por trás de sua arte. Não era só sobre colocar letras nas páginas, mas sobre a escolha de fontes, a harmonia com as ilustrações, e como tudo aquilo influenciava na fluidez da leitura e na experiência do leitor. Ela até falou sobre seu estúdio, o Estúdio Lua Azul, que se tornou referência por seu trabalho não só com letreiramento, mas também com tradução e colorização, sendo responsável por uma parte importante da edição brasileira de algumas das maiores obras dos quadrinhos, como as de Will Eisner e Craig Thompson. A cada palavra, fiquei mais admirado pela profundidade e dedicação que Lilian tinha ao seu trabalho.

Ao longo da tarde, ela também comentou sobre sua trajetória de prêmios, como o Troféu HQ Mix em 1999, quando foi premiada como melhor letrista, e o Prêmio Angelo Agostini em 2002, na categoria "Arte-Técnica", um reconhecimento de sua importância no universo das HQs. Para muitos de nós, essas conquistas não eram apenas prêmios, mas uma celebração do que Lilian representava para o meio e para os leitores.

Mas o que realmente me marcou foi o jeito simples e acolhedor com que Lilian conversou com todos. Ela estava disponível para responder perguntas, tirar fotos e compartilhar mais sobre sua carreira. Naquele momento, eu estava conversando com uma das grandes artistas do país, alguém que ajudou a dar vida a personagens a projetos como o do Zé Carioca, e eu não podia deixar de me sentir grato por estar vivendo aquele momento. Quando finalmente tive a oportunidade de conversar com ela, fiquei nervoso, mas ela foi extremamente atenciosa. Com um sorriso, me disse que era maravilhoso saber que seu trabalho era apreciado por tantos e que ela sempre buscava trazer o melhor para os leitores.

A Lilian, de certa forma, representava para mim um símbolo de como o trabalho nos bastidores é fundamental para o sucesso de uma obra. Ela não é apenas uma "letrista", mas uma artesã do texto, um elo vital entre o autor, o ilustrador e o público. A sua presença no Heromix não foi apenas uma oportunidade de conhecê-la, mas uma chance de entender e reconhecer a importância do letreiramento nos quadrinhos, uma arte silenciosa, mas essencial. 

Aquele dia, com sua presença iluminada e seu jeito caloroso, me fez perceber mais uma vez como as histórias em quadrinhos são feitas por muitas mãos invisíveis, e como cada uma delas, seja no lápis, na tinta ou nas letras, é fundamental para a magia que sentimos ao virar cada página. A Lilian Mitsunaga não é apenas uma grande letrista; ela é uma verdadeira mestre da arte de contar histórias.

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow