De Mauá para o Mundo Geek: A Jornada de Débora no mundo Cosplay
Na escola, era daquelas que preferia ficar no fundo da sala desenhando ou lendo mangá”, conta Débora. “Tinha vontade de participar de eventos, de me vestir como minhas personagens favoritas, mas morria de vergonha.”

Na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo, vive Débora Lima, uma jovem de 22 anos apaixonada por animes, jogos e tudo que envolve o universo geek. Quem vê hoje a garota sorridente posando para fotos em eventos como o Heromix, rodeada de novos amigos, não imagina que até pouco tempo atrás ela era extremamente tímida e insegura.
“Eu sempre fui muito na minha. Na escola, era daquelas que preferia ficar no fundo da sala desenhando ou lendo mangá”, conta Débora. “Tinha vontade de participar de eventos, de me vestir como minhas personagens favoritas, mas morria de vergonha.”
O ponto de virada veio em 2022, quando ela descobriu o Heromix pelas redes sociais. "Eu vi um vídeo no Instagram mostrando os cosplayers no palco, interagindo, dançando, se divertindo… Aquilo mexeu comigo. Era tudo que eu queria, mas achava que não dava conta." Depois de muito pensar, decidiu tentar. Escolheu um personagem que amava – Nezuko, do anime Demon Slayer – e, com a ajuda de uma amiga da faculdade, montou seu primeiro cosplay.
“Cheguei no Heromix tremendo. Estava com medo de rirem da minha roupa ou de eu não conhecer ninguém. Mas foi o contrário. Assim que entrei, uma menina veio me pedir foto e falou que meu cosplay estava incrível. Eu quase chorei de alegria.”
A partir dali, as interações não pararam. Débora foi chamada para uma roda de conversa sobre animes, depois participou de uma sessão de fotos em grupo com outros personagens de Demon Slayer e, no fim do dia, já havia trocado contato com mais de 10 pessoas.
“Foi mágico. Eu percebi que ali, todo mundo era meio como eu: tímido, apaixonado, querendo se expressar. O cosplay quebra o gelo. As pessoas te reconhecem pelo personagem, puxam papo, elogiam… você se sente parte de algo.”
Hoje, Débora participa de eventos regularmente e até ajudou a organizar um encontro de cosplayers em Mauá. Com o tempo, seu círculo de amigos cresceu – muitos dos quais conheceu em eventos como o Heromix. “Tenho um grupo de cosplay que vai junto pra tudo. A gente se ajuda, combina temas, ensaia apresentações. É uma família que nasceu por causa de um hobby.”
Além da vida social, a autoconfiança de Débora também se transformou. Ela passou a falar em público com mais naturalidade, começou a postar vídeos nas redes sociais com tutoriais de maquiagem cosplay, e até pensa em trabalhar com produção de figurinos.
“A menina tímida do fundo da sala hoje dança no palco, conversa com desconhecidos e até dá dicas pra quem quer começar. Tudo graças ao cosplay.”
A história de Débora é apenas uma entre tantas que mostram como esse universo vai muito além das fantasias. Ele oferece um espaço de acolhimento, criatividade e, principalmente, de conexão humana. Para ela, cada evento é uma chance de viver um personagem – e, ao mesmo tempo, se encontrar de verdade.
Qual é a sua reação?






