Eu estive no Heromix em 2010 por Carlos Almeida Santos

O evento também contou com presenças ilustres. Luke Ross, artista que trabalhou para a Marvel e DC, estava lá, assim como Marcos Roberto, da Hero Magazine. A galera do Tokufriends, Cosplay Brasil, Zine Brasil e tantos outros ajudavam a construir aquele clima de comunidade que só um evento feito por fãs para fãs poderia ter.

Eu estive no Heromix em 2010  por Carlos Almeida Santos

Eu estive no Heromix em 2010

Por Carlos Almeida Santos

Ser um otaku no Brasil nos anos 2000 não era fácil. A internet ainda estava engatinhando para encontrar os animes legendados, as lojas especializadas eram poucas, e eventos geeks não eram tão comuns como hoje. Mas para nós, fãs de animes, tokusatsu e cultura pop em geral, cada encontro era uma experiência única e inesquecível. E foi exatamente isso que aconteceu no Heromix 2010, um evento que guardo com muito carinho na memória.

Lembro-me como se fosse ontem: 27 de fevereiro de 2010, o Teatro Municipal de Mauá se transformou em um verdadeiro santuário para fãs como eu. O evento reunia tudo que um otaku podia querer—exibição de animes, fanzines, torneios de card games e games, e claro, o tradicional concurso de cosplay. Era o tipo de encontro onde você podia debater sobre o final de Code Geass, discutir qual era o melhor Rider de Kamen Rider Decade ou caçar volumes antigos de mangás na Loja Comix.

Uma das coisas que mais me marcou foi o espaço dedicado às produções nacionais. Fiquei impressionado ao conhecer séries como Insector Sun e Metal Blue, que mostravam que o Brasil também tinha seu próprio tokusatsu. Além disso, as animações 2D e 3D, divulgadas por Sandro Alves, mostravam que a criatividade dos fãs ia muito além de apenas consumir conteúdo estrangeiro—éramos também criadores!

O evento também contou com presenças ilustres. Luke Ross, artista que trabalhou para a Marvel e DC, estava lá, assim como Marcos Roberto, da Hero Magazine. A galera do Tokufriends, Cosplay Brasil, Zine Brasil e tantos outros ajudavam a construir aquele clima de comunidade que só um evento feito por fãs para fãs poderia ter.

E as bandas? Ah, as bandas de animesongs! Nada como ouvir Banda Elisios ao vivo tocando aberturas que marcaram nossa infância. Era o tipo de momento em que todos cantavam juntos, com energia, como se estivéssemos abrindo um episódio de anime na TV.

Os cosplayers deram um show à parte. Eu vi de tudo: desde clássicos como Dragon Ball Z e Cavaleiros do Zodíaco, até personagens mais recentes da época, como Soul Eater e Katekyo Hitman Reborn. O concurso de cosplay foi um espetáculo e, como sempre, os fãs vibravam a cada apresentação.

Hoje, com 38 anos, olho para trás e percebo como eventos como o Heromix ajudaram a construir a cena geek no Brasil. Foi lá que fiz amizades que duram até hoje, conheci artistas incríveis e vi de perto o amor dos fãs pelo que fazem. O Heromix 2010 foi mais do que um simples evento; foi um marco na vida de muitos otakus como eu.

E se eu pudesse, voltaria no tempo para reviver tudo aquilo mais uma vez.

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